* Chantéle Fiuza Gaspar
* Francine Tiecher
* Suélen Thara Karpinski
Fato! Impossível começar esta reportagem sem sustentar a afirmação de que todo mundo é fanático. E não é só por um time de futebol partido político ou religião. Ser fanático está no íntimo do ser humano.
Originado do francês fanatique ou do latim fanaticus - o que pertence a algum templo-, o termo se refere a toda atitude exagerada, radical e/ou compulsiva.
Segundo o dicionário Aurélio fanático é aquele que segue cegamente uma doutrina ou partido. Pode-se considerar também que o fanatismo é o culto excessivo de alguém ou de alguma coisa. É a paixão cega que leva alguém a exageros em favor de uma religião, doutrina, partido, time de futebol, etc.
Essas conotações derivam de um ritual primitivo, durante o qual os sacerdotes que cultuavam certas divindades, como Cibele e Belona, entravam em êxtase e, nesse estado, se cortavam, deixando fluir o sangue dos seus corpos.
Quando o fanatismo ultrapassa seus limites
Muitas pessoas são fanáticas por celebridades, atores, jogadores de futebol e cantores, o que pode ser visto todos os dias. Pessoas que se vestem igual seu ídolo, cometem loucuras apenas para estar perto do mesmo e, em alguns casos, esse amor é tanto que o fã assume a personalidade de ídolo.
Nem sempre isso é saudável. Muitas vezes esse fascínio por alguém pode acabar tragicamente, como o que aconteceu com o cantor de rock Jonh Lennonn ex integrante da banda The Beatles, a qual fazia sucesso por todo o mundo.
Lennon era cantor, escritor e compositor e perdeu sua vida pelas mãos de um fã fanático. No dia 8 de dezembro de 1980, quando voltava para seu apartamento em Nova York, Mark Chapman disparou cinco tiros contra o cantor, dos quais quatro o acertaram. Ele morreu com apenas quarenta anos de idade, deixando o mundo todo de luto por ter perdido um dos melhores cantores da época.
Robert Fein, o psicólogo que interrogou Chapman, vai contra a corrente e discorda dos especialistas que dizem que o assassino de Lennon vivia um caso de confusão de identidade: Chapman pensava que ele próprio era John Lennon. Assim, teria de eliminar o outro Lennon – que seria um impostor.
Robert também afirma que a morte do ex-beatle pegou o mundo inteiro de surpresa. Só não foi surpresa para um homem: Mark David Chapman, que planejou tudo sozinho. Mark diz que decidiu matar Lennon ao ver num livro fotos que mostravam a vida milionária que o ex-beatle levava. Para Chapman, fã incondicional de Lennon, aquilo era uma traição ao idealismo dos Beatles.
Esse é só um dos diversos exemplos de fanatismo que não acabaram bem. Assim como Lennon, muitas outras pessoas perderam a vida em mãos de pessoas fanaticas, como em confrontos de torcidas organizadas que para defender seu time usam da força bruta, passando por cima de qualquer pessoa, sem pensar nas consequencias desse ato.
"Como são pessoas que têm poucas conquistas sociais, certamente pouco acesso ao estudo, a serviços públicos, quando uma conquista dele, o futebol, se vê ameaçado, destruído, ele vê um pouco dele sendo destruído", explica o sociólogo Rodrigo de Araújo Monteiro
Esse caso é delicado e deve ser tratado com muito cuidado e atenção, para que casos como o de Lennon e de diversas outras pessoas não acabem da mesma forma. É normal a admiração pelo trabalho de alguém, desde que essa admiração não invada a sua privacidade ou traga riscos.
Quando o fanatismo vira doença
“...Eu nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar
Por você eu largo tudo
Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais...”
Apenas um pedaço da letra da música do Cazuza já transmite o sentimento que muitos fãs têm por seus ídolos. Alguns trocam suas vidas pelas deles, tornando-se iguais ou o mais próximo possível, através de roupas, tatuagens e até cirurgia plástica.
Existe certo limite entre idolatrar uma pessoa, banda ou alguma coisa e ser doente por ela. Para que esse limite seja respeitado, a pessoa tem deve ter claro que possui uma vida independente da do seu ídolo. Caso isso não aconteça, o “amor de fã” pode se tornar um problema em momentos de desequilíbrio.
Fanáticos por natureza
Os fanáticos são geralmente prisioneiros de suas obsessões. Essas visões de mundo são quase sempre de natureza irracional, e as pessoas que alimentam crenças desse teor acham possuem uma missão.
Algumas modalidades de fanatismo transcendem a individualidade e se expressam coletivamente, como grupos de oração, práticas voluntárias de penúria e fome, romarias, jejum, suicídi, etc. Esse comportamento está psicologicamente associado a uma atitude de escape da realidade. Nem todo fanático, porém, aparenta ser o que é, pois as características acima descritas referem-se a momentos de radicalidade e extremismo.
Na verdade, mesmo alguns homens-bombas, que se suicidam por uma causa política ou religiosa, no dia-a-dia são normalmente pessoas comuns. Nos atos terroristas, são encontrados elementos de devoção fanática aliados a uma inteligência anormal, acima da média, nesse caso utilizada para o mal, embora pretendam estar lutando contra as trevas, salvando o mundo. O fanático sofre discriminação por apresentar um exagerado interesse em algo que para muitos é insignificante, ou tem um significado mais comedido.
As pessoas devem manter-se alertas: o fanatismo não se restringe à classe social, cor ou credulidade. Todo mundo está sujeito a esse sentimento e é importante ter consciência de que tudo deve ser moderado, tudo em excesso não faz bem.
Dessa forma, temos que tratar o fanatismo com muito cuidado, assim como há o pessoas que admiram saudavelmente que respeitam o próximo e principalmente se quando se trata do seu idolo, há aquele que é capaz das piores loucuras em nome do seu amor por alguém. *Alunas doVII nível de jornalismo On-line.
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