quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O vilão que engana a sede

Jéssica Fontana Favaretto e
Cristian Mattos *


O refrigerante há muito tempo tem fama de vilão. No entanto sabemos que a bebida engorda e traz aquelas celulites indesejadas, mas não sabemos exatamente quais são os malefícios que essa bebida traz ou se ela traz algum benefício. Eduarda Werlang, nutricionista, recomenda que se evite o consumo dos refrigerantes, pois uma lata contém mais de 01 centímetro e meio da lata é açúcar puro e altas doses de sódio.

Cada ingrediente da Coca-Cola tem uma função e acaba por trazer um tipo de malefício. O concentrado de Açúcar queimado - caramelo - dá a cor escura e o gosto. O ácido ortofosfórico tem um sabor azedinho. A bebida ainda tem em sua composição a sacarose - açúcar líquido da frutose do milho; extrato da folha da planta Coca (África e Índia) e poucos outros aromatizantes naturais de outras plantas, cafeína, e conservante que pode ser Benzoato de Sódio ou Benzoato de Potássio, muito Dióxido de Carbono que frita a língua quando você a toma e junto com o sal dá a sensação de refrigeração.

Foto: Google imagens
O uso de ácido ortofosfórico e não o ácido cítrico como todos os outros usam, é para dar a sensação de dentes e boca limpa ao beber. O fosfórico literalmente frita tudo e em quantidade pode até causar decapamento do esmalte dos dentes, o que o cítrico ataca com muito menos violência, pois o artofosfórico tira todo o cálcio do organismo podendo causar até osteoporose, sem contar o comprometimento na formação dos ossos e dentes das crianças em idade de formação óssea, dos 2 aos 14 anos. Se você comprar ácido fosfórico verá as mil recomendações de segurança e manuseio (queima o cristalino do olho, queima a pele, etc.). O gosto é dado basicamente pelas quantidades diferentes de açúcar, açúcar queimado, sais, ácidos e conservantes.

Em 2010, a Coca-Cola inovou com o lançamento da Coca-Cola Light Plus que traz vitaminas e minerais. A Coca-Cola reservou um espaço no site dedicado a explicar os benefícios que o novo refrigerante traz. Porém, a nutricionista Eduarda Werlang, recomenda água, de preferência duplamente filtrada, laranja ou limão espremido e gelo, sem açúcar, pois os refrigerantes contribuem para o para o desenvolvimento de diversas doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão, osteoporose, derrames, doenças cardiovasculares, câncer, entre outras, além do vício.

Foto: Tatiane Santi

O refrigerante é consumido em todo o planeta, e segundo pesquisas realizadas ao redor do planeta, as pessoas sentem um prazer, uma sensação de felicidade ao ingerir o líquido, mas dificilmente alguém tem a noção de que esse sentimento de bem-estar é o principal sintoma do vício.

A vigilante/segurança Danieli Antunes Leite, é diagnosticada uma viciada em refrigerante de cola. “Em média consumo no mínimo dois litros de refrigerante de cola por dia. Percebi que estava viciada aos quinze anos, quando não conseguia ficar por muito tempo sem beber refrigerante. Ao deitar levo uma garrafa da bebida para o lado da cama, onde bebo com frequência durante a madrugada. Às vezes até tomo outra bebida, mas o refri eu preciso beber todo dia”, conta a vigilante.

Danieli também diz que o seu primeiro contato com o refrigerante foi quando ainda era criança, quando viu a propaganda do produto na televisão. Assim como ela, muitos acabam influenciados com a publicidade e o marketing das grandes marcas. O próprio marketing do produto associa o refrigerante com a felicidade, além de venderem a ideia de que a bebida sacia a sede.

Infelizmente, o consumo do refrigerante vem crescendo absurdamente, principalmente entre crianças e adolescentes. Danieli é mãe de Brenda, que tem apenas 8 anos, e segundo sua mãe já ingere refrigerante, tanto quanto ela. “Ela até toma outras bebidas, mas desde pequena, a deixei livre para beber refrigerante a qualquer hora, o que foi um erro”, afirma.

A vigilante garante que ainda não sofreu com nenhuma conseqüência, mas tem consciência do tamanho dos estragos que essa bebida pode ocasionar. Por conta disso, talvez nossa reportagem possa ter conscientizado ainda mais Danieli, que antes do fechamento dessa reportagem, enviou uma mensagem via Facebook que dizia: “estou me controlando, hoje tomei suco e água mineral. Isso é um progresso, até agora (23:00) tomei apenas dois copos de refri”.

Com isso, fique atento, você pode ser um viciado em refrigerantes e ainda nem se deu por conta. Pense nisso e controle o seu vício.

Foto: Google imagens

Livre-se do vício do Refrigerante

Para ajudá-lo a livrar-se desse vício, confira algumas dicas para deixar esse mal de lado:


1. Identifique uma razão importante para parar de ingerir refrigerante. Perder peso, diminuir o consumo de cafeína, passar a beber mais água, entre outros. Se você não tiver uma boa razão acabará voltando atrás na sua decisão.

2. Encontre uma bebida que substitua o refrigerante. A água é a melhor bebida de todas, mas você também pode substituí-lo por chá gelado ou sucos de baixa calorias.

3. Parar de uma vez ou gradualmente? Isto é uma decisão muito pessoal. O ideal é ir diminuindo gradualmente. Porém se achar isto muito difícil pode tentar cortá-lo de uma única vez.

4. Nunca pule o café da manhã, pois acabará sentindo vontade de consumir uma série de "porcarias", inclusive refrigerante.

5. O seu desejo é por refrigerantes ou por algo doce? Se este for o caso substitua-o por uma fruta doce ou mesmo por um lanche de banana, mel e aveia. Muitas vezes o desejo pelo refrigerante no meio da tarde se dá pela queda de glicose na corrente sanguínea. Por isto nunca fique muito tempo sem se alimentar.

6. Carregue sua garrafinha de água onde for. Se não ingerir bastante água durante o dia acabará sentindo mais vontade de outras bebidas como o refrigerante.

7. Identifique os momentos críticos. Quando é que você sente mais vontade de tomar refrigerante? É no almoço, no lanche, nas festas? Identificando estes momentos você será capaz de criar melhores alternativas para reduzir ou eliminar o hábito da sua vida.

Fonte: Andréia Torres, nutricionista. 


* Jéssica Fontana Favaretto e Cristian Mattos são alunos do curso de jornalismo da UPF, VI nível.


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