quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dita Von Teese e a cultura retrô

                                                                                          Fernanda Breda e Matheus Dalla Costa*


Os pais de Heather Reneé Sweet pensaram que era somente uma fase passageira de sua adolescência, quando ela relevou que gostaria de ser uma dançarina erótica. Anos depois, vendo sua filha tomar banho em um copo gigante de Martini, suas esperanças devem ter ido por água abaixo.


 Foto: Google Imagens
Hoje, já com 39 anos, a ex de Marilyn Manson é reconhecida como a principal responsável pela releitura estética burlesca dos anos 40 nos dias de hoje. Ainda uma jovem bailarina, e sem perspectivas de uma carreira profissional próspera no ramo, Dita Von Teese começou aprentando-se em clubes undegrounds frequentados por fetichistas e tarados de plantão, algo muito distante do luxo ostentado nos cabarés onde oferece seus shows atualmente.

Na época, o estilo pin-up ainda não era popular, havia se perdido no tempo pós Segunda Guerra, em meio a tantas outras coisas. Sua grande admiração por modelos daquela época a motivou a resgatar o estilo, indo contra a maré e os padrões convencionais americanos. Trocou os cabelos loiros e biquinis por um visual moreno e lingeries sensuais. Seu estilo próprio e voluptuoso rapidamente alçou a popularidade da dançarina, chamando a atenção da Playboy no final dos anos 90. Seu primeiro ensaio fotográfico para a revista teve grande repercussão e foi o responsável pela febre do gênero burlesco no mundo todo. A partir daí, a fama de Von Teese só cresceu. Hoje, coleciona algumas pontas em filmes e séries, além de desfiles para marcas de grife, além de uma linha própria de lingeries.


O estilo pin-up inspirou o público e o mercado, e instalou uma nova era de apego e culto ao antigo.O movimento retrô ganhou apreciação, a indústria aprendeu a olhar para o passado, e buscar nele novas formas de “renovação”. Esta postura, inclusive, expandiu-se para outras áreas, como a da produção cultural. No ramo musical, cantoras como Katy Perry e Rihanna seguem o estilo reinventado por Dita Von Teese. Amy Winehouse, talvez o exemplo mais icônico, também era uma autêntica adepta do estilo pin-up.No cinema, filmes como Moulin Rouge, Burlesque e Chicago, também trouxeram às telonas o visual rebuscado das dançarinas clássicas nos cabarés europeus.


Foto: Google Imagens
No entanto, a busca pelo retrô não se resume somente à decada de 40 e suas pin-ups. A ordem hoje em dia é buscar inspiração em coneitos antigos, não importando qual for a época, seja no mundo da moda com dos anos , na música com a reintrodução dos sintetizadores dos anos 80, ou com a enxurrada de remakes de filmes oriundos das mais diversas décadas. A onda invadiu até mesmo as redes sociais, com o Instagram, aplicativo compartilhador de fotos que aplica filtros para envelhecer a imagem propositalmente. Camisas de clubes de futebol, acessórios, móveis, vinil... a lista de influências é grande. O velho ditado, mais do que nunca, é colocado em prática: nada se cria, tudo se copia – um pouco daqui, um pouco dali.


*Fernanda Breda e Matheus Dalla Costa são alunos do curso de jornalismo da UPF, VI nível.

Nenhum comentário: