sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Hábito alimentar do brasileiro está mudando negativamente


Rotina diária estimula má alimentação. Pesquisa aponta que apenas 18,2% das pessoas consomem quantidade adequada de frutas e hortaliças 

                                                                                                                                          *Édson Coltz

Muito trabalho, muito estudo e aparentemente pouco tempo para tantas atividades. Se sua rotina diária é assim, deve saber o quão difícil é conseguir se alimentar corretamente, reservando um tempo para digestão dos alimentos, e o mais importante, com qualidade. Qualidade quer dizer comer os alimentos certos, na quantidade certa. Parece que a vida moderna infringe mais e mais funções ao um único ser humano. E essas tarefas ocupam cada vez mais tempo do dia. O que resta? Comer enquanto trabalha em frente ao computador, ou mesmo em um restaurante, mas com a mente no trabalho. Outra criação da vida moderna, que parecem ser os salvadores do dia, por demandarem pouco tempo, os restaurantes fast-foods, do tipo pediu/ levou, quase sempre especializados em lanches como hamburgueres, pastéis, batata frita e claro, refrigerante. Perdeu menos tempo se alimentando, mas será que não serão menos anos de vida também? A má alimentação pode prejudicar o bom funcionamento de órgãos do nosso corpo, como o fígado, por exemplo.

Foto: Cassiane Seben
De acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) cerca de 20% da população brasileira tem gordura excessiva no fígado. Conhecida como esteatose hepática, a doença já é uma das principais causas de cirrose no País. “Um grande desencadeador da esteatose hepática, além do consumo em excesso de gorduras e açúcares, é a ingestão excessiva de calorias. Uma refeição oferecida em fast-foods, por exemplo, pode conter em média 1.200 Kcal, quando a média de uma refeição equilibrada é de 500 Kcal. Sendo assim, deve - se evitar esses tipos de refeições.”, alerta a nutricionista Bruna Murta.

Números ruins

Segundo a pesquisa Vigitel 2010, 48,1% da população adulta no país estão acima do peso, enquanto 15% dos brasileiros estão obesos. O estudo indica ainda que apenas 18,2% das pessoas consomem cinco porções de frutas e hortaliças por cinco dias ou mais por semana; 34% consomem alimentos com elevado teor de gordura e 28% consomem refrigerantes cinco ou mais dias por semana.

A coordenadora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Déborah Malta, alerta para uma mudança negativa no costume alimentar do brasileiro. “Temos, entre os brasileiros, uma piora dos hábitos alimentares”. Nos últimos anos, a desnutrição, que era um problema, recuou, mas a obesidade e o excesso de peso cresceram, em função de uma alimentação não adequada e não balanceada e também de níveis baixos de atividade física”, concluiu.


Conferência nacional debate má alimentação


Foto: Google Imagens
De 7 à 10 de novembro acontece em Salvador, BA, a 4ª Conferência Nacional de Segurança  Alimentar e Nutricional, cujo lema é “Alimentação Adequada e Saudável: direito de todos”. O evento reunirá governo e a sociedade civil em defesa da soberania, da segurança alimentar e pela promoção do direito humano à alimentação adequada no Brasil.

Cerca de 2 mil convidados, oriundos de todos os Estados do Brasil, devem participar da conferência. No encontro serão analisados os avanços, ameaças e perspectivas para a efetivação do direito humano à alimentação adequada e saudável e, também, as recomendações relacionadas ao PNAN, entre outros. A conferência terá oficinas temáticas, apresentações culturais, workshops, palestras e debates.

*Édson Coltz é estudante do VII nível de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo

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