Rotina diária estimula má alimentação. Pesquisa aponta que apenas 18,2% das pessoas consomem quantidade adequada de frutas e hortaliças
*Édson Coltz
Muito trabalho, muito estudo e
aparentemente pouco tempo para tantas atividades. Se sua rotina diária é assim,
deve saber o quão difícil é conseguir se alimentar corretamente, reservando um
tempo para digestão dos alimentos, e o mais importante, com qualidade. Qualidade
quer dizer comer os alimentos certos, na quantidade certa. Parece que a vida
moderna infringe mais e mais funções ao um único ser humano. E essas tarefas
ocupam cada vez mais tempo do dia. O que resta? Comer enquanto trabalha em
frente ao computador, ou mesmo em um restaurante, mas com a mente no trabalho.
Outra criação da vida moderna, que parecem ser os salvadores do dia, por
demandarem pouco tempo, os restaurantes fast-foods, do tipo pediu/ levou, quase
sempre especializados em lanches como hamburgueres, pastéis, batata frita e
claro, refrigerante. Perdeu menos tempo se alimentando, mas será que não serão
menos anos de vida também? A má alimentação pode prejudicar o bom funcionamento
de órgãos do nosso corpo, como o fígado, por exemplo.
Foto: Cassiane Seben |
De
acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) cerca de
20% da população brasileira tem gordura excessiva no fígado. Conhecida como
esteatose hepática, a doença já é uma das principais causas de cirrose no País.
“Um grande desencadeador da esteatose hepática, além do consumo em excesso de
gorduras e açúcares, é a ingestão excessiva de calorias. Uma refeição oferecida
em fast-foods, por exemplo, pode conter em média 1.200 Kcal, quando a média de
uma refeição equilibrada é de 500 Kcal. Sendo assim, deve - se evitar esses
tipos de refeições.”, alerta a nutricionista Bruna Murta.
Números ruins
Segundo a pesquisa
Vigitel 2010, 48,1% da população adulta no país estão acima do peso, enquanto 15% dos
brasileiros estão obesos. O estudo indica ainda que apenas 18,2% das pessoas
consomem cinco porções de frutas e hortaliças por cinco dias ou mais por
semana; 34% consomem alimentos com elevado teor de gordura e 28% consomem
refrigerantes cinco ou mais dias por semana.
A coordenadora de
Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Déborah Malta,
alerta para uma mudança negativa no costume alimentar do brasileiro. “Temos,
entre os brasileiros, uma piora dos hábitos alimentares”. Nos últimos anos, a
desnutrição, que era um problema, recuou, mas a obesidade e o excesso de peso
cresceram, em função de uma alimentação não adequada e não balanceada e também
de níveis baixos de atividade física”, concluiu.
Conferência nacional debate má alimentação
Foto: Google Imagens |
De 7 à 10 de novembro
acontece em Salvador, BA, a 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, cujo lema é “Alimentação Adequada e Saudável: direito
de todos”. O evento reunirá governo e a sociedade civil em defesa da soberania,
da segurança alimentar e pela promoção do direito humano à alimentação adequada
no Brasil.
Cerca de 2 mil
convidados, oriundos de todos os Estados do Brasil, devem participar da
conferência. No encontro serão analisados os avanços, ameaças e perspectivas
para a efetivação do direito humano à alimentação adequada e saudável e,
também, as recomendações relacionadas ao PNAN, entre outros. A conferência terá
oficinas temáticas, apresentações culturais, workshops, palestras e debates.
*Édson Coltz é estudante do VII nível de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo
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