sexta-feira, 14 de outubro de 2011

As crianças e o consumismo


Cassiane Seben*



Camile escolhendo a sua boneca.

A vontade excessiva de comprar bens de qualquer porte é chamada de consumismo, um tema bem conhecido e geralmente ligado ao sexo feminino. Hoje esse termo já faz referência também às crianças. No dicionário consumismo é definido como: consumo exagerado de mercadorias e serviços para satisfação de necessidades e desejos humanos.


Em uma loja de brinquedos de Carazinho, a proprietária, Fabiana Lehnen comenta que a demanda na compra de brinquedos é muito grande. Os mais vendidos atualmente são: bonecas com função, pistas de carro adaptadas na parede, jogos renovados como banco imobiliário com máquina de crédito e débito. Fabiana ainda comenta que percebe que a atitude dos pais perante aos pedidos das crianças é sempre de ceder. “As crianças já vêm determinadas sabendo o que querem levar para casa, e os pais, para não se incomodar, acabam levando o que o filho quer”, declara.

Camile Backes Ritter (9 anos) saiu de casa com sua avó para escolher a sua Barbie, que já está pedindo a um bom tempo. A avó resolveu dar para contentar a neta. A única dúvida de Camile era em escolher qual o modelo da boneca levar. “Eu estou a tempo querendo uma Barbie nova, insisti para minha mãe me dar, agora a minha vó me trouxe para comprar. Eu acho muito bonita e quero ter uma nova”, justifica Camile.


Desde cedo acontece uma competição entre crianças pelo melhor brinquedo, o que uma tem que é melhor que o da outra, isso além das propagandas televisivas, altamente apelativas para o consumo, fazem com que os pequenos sintam a necessidade do novo brinquedo. Além do uso precoce de celulares, lap tops que atualmente são febres entre as crianças. Veja propagandas sobre consumismo infantil clicando aqui.


A psicopedagoga, Caroline Seben afirma que a tensão social não é saudável e influencia negativamente a formação de uma geração de pessoas que crescem acreditando que é preciso ter para ser. “O menino que não quer ir ao jogo de futebol porque não tem o tênis da moda, por exemplo, é motivo para alerta. É preciso que os pais e filhos conversem de forma amigável, para que os pais empunham limites”, destaca.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) dispõe de uma cartilha, que está disponível online, com o objetivo de conscientizar a população para o fim da publicidade infantil.

Dicas para evitar o consumismo das crianças: reforme velhos brinquedos; estimule o senso crítico quanto às propagandas de televisão; presenteie com passeios e brincadeiras em família; limite o número de horas em frente ao computador, games e televisor.


*Cassiane Seben é aluna do curso de Jornalismo da UPF, do VII nível.

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