Ânderson Silva
A quinta-feira (18) foi de muita tristeza para os milhares de acadêmicos e profissionais de Jornalismo espalhados pelo Brasil. Ao acordar para o novo dia, perceberam que não tinham aquilo que mais lhe era honroso dentro de sua profissão, o diploma. Aquele pequeno pedaço de papel que antes era tudo agora virou nada. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em extinguir o diploma de Jornalismo, milhares de estudantes que estão neste rumo da formação acadêmica ficaram perplexos e indecisos sobre seus futuros. A dúvida de continuar ou não frequentando escolas de comunicação fará com que muitos tranquem suas faculdades para procurar cursos que resultem em diplomas e reconhecimento dos órgãos.
Os profissionais formados relutaram em seguir firme, mas o amor pelo ato de informar com credibilidade e buscar sempre as melhores informações foi mais forte do que a derrubada de um direito. Dentro do mercado de trabalho surgiu a indecisão das exigências que os meios de comunicação irão fazer diante desta nova determinação. Mesmo muitas empresas dizendo que terão preferência por aqueles formados em faculdades de Jornalismo, isso não significa garantia de emprego. No entanto, sabemos que jornais, assessorias de comunicação e emissoras de rádio e TV já têm a prática de contratar pessoas que sequer conhecem os princípios básicos de um jornalista.
Em Passo Fundo temos diversos casos em que os apresentadores, repórteres e locutores não têm formação em comunicação. Mesmo com a desregulamentação a tendência é que os veículos de informação do município continuem procurando o melhor através do diploma. A editora chefe do jornal O Nacional, Zulmara Colussi acredita que o julgamento emitido pelo STF foi equivocado. Segundo ela, “era bastante óbvio que o STF iria dizer que todo o cidadão é livre para se expressar, pois a Constituição garante isso”. Apesar de ser exigente quanto a presença do diploma no currículo do candidato, Zulmara admite que aceitaria pessoas com larga experiência no jornalismo mas sem formação. “Contrataria profissionais que já conheço e que já tiveram atuação na profissão mesmo não tendo o diploma e que são comprovadamente competentes jornalistas”, comenta.
A chefe de jornalismo da rádio Uirapuru, Raquel Vieira é categórica ao dizer que a preferência é por aqueles que façam o curso e não apenas tenham a vontade de serem profissionais. Tendo o diploma Raquel reconhece o significado desta formação para o trabalho de comunicação social. “Prefiro acadêmicos de jornalismo ou jornalistas formados e com experiência. Na minha concepção, não basta a pessoa ter vontade de ser jornalista, ela precisa estudar para isso”, afirma. Com esta determinação do STF, Raquel diz que os cursos podem aproveitar essa baixa na exigência do diploma para preparar ainda melhor seus acadêmicos, tornando-se um diferencial não apenas para em formação de curso superior, mas sim na preparação qualificada de profissionais.
A partir disso, podemos perceber que pouca coisa irá mudar neste futuro nebuloso para os jornalistas brasileiros. Tanto a nível municipal quanto nacional a tendência é que a prática aliada à técnica ainda serão o diferencial no mercado de trabalho jornalístico.
Para finalizar, fica uma mostra de que até o STF terá problemas para definir na prática a exigência do diploma: exigência de diploma de jornalista em concurso?
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