quarta-feira, 15 de junho de 2011

Parada de Sucesso: Música Brega

*Jéssica França, Paula Steffenon e Silvânia de Lemos,
acadêmicas Jornalismo, VII nível.

É raro encontrar quem nunca ouviu as músicas “Eu não sou cachorro, não”, do Waldick Soriano na “Boate Azul” e “Garçom”, do Reginaldo Rossi ou o “Fuscão Preto”, do Almir Rogério na “Cigana Sandra Rosa Madalena”, do Sidney Magal ou amantes do Odair José.

Essas são algumas músicas consagradas do estilo “brega” que embalaram muitas noites boêmias nos anos 70 e 80 e que ainda conquistam muitos adeptos nos dias de hoje.

Segundo o “Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira” o termo brega é utilizado por muitos, inicialmente de maneira pejorativa, para chamar a música romântica popular que sempre teve lugar marcante no cancioneiro popular brasileiro, desenvolvida em diferentes gêneros e estilos.

De acordo com o professor de história da música Alexandre Saggiorato o título “música brega” surgiu no Brasil na década de 70.  “O que tivemos no Brasil nessa época foi uma espécie de movimento musical, onde a mídia sedia espaço para a música que tivesse esse caráter. Este estilo é baseado no romance, normalmente com apelo simples de fácil entendimento e até de baixo nível. Com esse mesmo apelo vemos letras falando de sexo, carros e outros assuntos. Mas o forte mesmo é o romance “deselegante”, principalmente na música brega atual”, comenta.

Foi a partir daí, que se acentuou a diferenciação entre música romântica e música brega. Saggiorato salienta que os precursores do estilo “brega” foram Odair José, Waldick Soriano, Altemar Dutra e Reginaldo Rossi.
Já nos anos 1980 surgiram misturas entre música sertaneja, música pop da jovem guarda, o bolero e outros ritmos. O professor ressalta que o estilo não é uma fusão. “Temos músicas bregas em diversos ritmos e gêneros, mas normalmente o compositor segue um ritmo pobre do início ao fim da música e esse ritmo também não é novo, ou seja, ele escreve a composição em algum ritmo de rock ou forró, por exemplo. Porém não o explora, não consolidando uma fusão e sim uma reprodução um tanto descompromissada artisticamente”, assegura.

A partir dos anos 90, embora a “música brega” seja criticada por muitos, ela alcançou grande popularidade com músicas do Reginaldo Rossi, Falcão e Amado Batista que nesse período se assumiram decididamente como cantores de musica brega. De acordo com Saggiorato suas músicas ajudaram a perpetuar a música brega desde os anos 70. “Se pensarmos nessa linha de artistas foi na região nordeste que esse estilo ganhou popularidade, mas temos que lembrar que música brega não se resume aos artistas de uma região, país ou época. Tem música brega em qualquer parte do mundo”, conclui.


Conheça um pouco dos cantores da época
Estes artistas que são considerados “bregas” fizeram e fazem muito sucesso. Temos como exemplo Odair José, que vendeu milhões de discos nos anos 70 e um dos sucessos mais conhecidos foi a música “Pare de tomar a Pílula”, que acabou sendo proibida pela censura na época. 
Waldick Soriano se considerava um cantor romântico e escreveu aproximadamente 700 músicas. Os sucessos mais conhecidos são “Eu não sou cachorro não” e “Quem és tu?” .
Falcão regravou uma das músicas de Soriano em inglês nos anos 90 “I'm Not Dog No”. Ele não é brega só cantando, mas também na forma de se vestir. Confira com o apresentador Otávio Mesquita onde ele revela quem é seu estilista.
Reginaldo Rossi, mesmo não tendo começado sua carreira com este estilo, é conhecido como “O Rei do brega brasileiro”. Um dos seus sucessos mais conhecidos é a música Garçom.
Esses cantores continuam a fazer sucesso e colecionam milhares de fãs por todo Brasil. Um exemplo é o cantor Amado Batista que esta há quase 40 anos na estrada. Ele conquistou milhares de fãs, inclusive a dona Ilda da Silva de 53 anos, moradora de Passo Fundo.
Ela está entusiasmada com a possibilidade de ir ao show do artista que vai acontecer no próximo sábado em Carazinho no Clube Avenida. Ela disse que está reunindo algumas amigas para ir ao Show e, de repente, tentar tirar uma foto ao lado de seu ídolo. “Acho o Amado Batista um ótimo cantor, e não importa se suas músicas são consideradas bregas eu adoro todas as canções do Amado”, afirma a dona de casa.
Para os fãs que não conseguirem ir até Carazinho, o site oficial do cantor divulgou que em novembro deste ano, Amado Batista estará em Passo Fundo no Ginásio Teixeirinha. Reviva um dos grandes sucessos do cantor.

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